08 setembro 2009

 

da curiosidade que gera estações

eu lembrei de agradecer a Deus porque o inverno já está deixando a cidade. daqui a mais ou menos uns 15 dias, oficialmente, é datada a primavera. não que eu não goste de ver a garoa cerrando o céu, as folhas das árvores pingando, o vidros embaçados, as ruas sendo tomadas por poças. mas é que sou um homem da madrugada, que gosta de cortar a noite sob a euforia de esquecer do tempo. e esqueço só do tempo, porque enquanto a temperatura, gosto sempre de senti-la. no inverno nunca escondo o meu temor ao chuveiro que só jorra água fria. água fria pra mim é uma saudade que não gosto de ter. não suporto a ideia de banho frio nesta estação. eu interrompo várias vezes a sensação de vencer minha aversão a banho gelado no inverno, para tentar me adaptar a isso. até tento chegar perto da água fria do chuveiro... mas aí minhas pernas e meu couro são mais covardes e sempre me vencem.

foi por essas e outras que sempre gostei dos banhos mornos nas banheiras. hoje em dia ninguém mais fala o quanto é fantástico tomar banhos em banheiras. quando criança minha mãe sempre esquentava a água e eu me jogava na banheira com a sensação de que era uma piscina com água morna. ah, mas não posso esconder que água fria pra mim só foi no tempo de verão, quando eu e meu irmão entrávamos no tanque lá de casa e ficávamos quase uma manhã inteira caçando uns girinos que vez por outras surgiam.

ora, o mais mágico de nossa vida é quando a gente pensa que a água é um ser vivo, como uma barata que se mexe. (bem, sabemos que simbolicamente tem). eu sempre me perguntava onde era a cabeça da água, os dedos, o coração, essas coisas. teve um dia que na praia com minha avó, aperreia-a tanto para saber onde era o pescoço da água que ela até me deu um beliscão no meio do povo, pela minha insistência. eu a questionava incessantemente: e ela sempre me dizendo: “menino, menino, água não tem nada disso que gente tem; água é água, gente é gente”. minha curiosidade era uma formiga que se transformava numa tanajura. mas aí o tempo passou-se e com ele vários invernos, primaveras, verões, outonos. e sempre ficou em mim a curiosidade sobre a água, minha curiosidade de gente, em forma de sibito.

Comments:
a água é mesmo algo curioso
água tem cabeça?
a gente tem repouso?
 
Se fosse meu neto eu matava afogado e dizia q fora a água num abraço do mar. os braços do mar são grandens, então o menino levou um tabefi.
 
Se fosse meu neto eu matava afogado e dizia q fora a água num abraço do mar. os braços do mar são grandens, então o menino levou um tabefi.
 
Olá vagner Gostaria de parabenizar pelo excelente trabalho que vc vem fazendo para garanhuns tbm pediria que se fosse possivel você colocasse o resultado a enquete sobre os grupos de garanhuns quais mais se destacam obg abraço fica com Deus!!!
 
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