07 outubro 2009

 

De quem não perdoa um creme dental

Já vi roubarem várias coisas, e das mais diversas pessoas. Mas nunca creme dental. Pois não é que fui vítima disso. Hoje, ao ir escovar os dentes, quando ao terminar o almoço, no refeitório de empresa em que trabalho, fui de imediato pegar minha escova de dente e o creme dental, ou para muitos, “a pasta”. Quando chego no armário em que os guardo, uma surpresa: só estava minha escova (azul) e a caixa vazia do creme dental. Sensação estranha: tem coisas que não combinam em serem roubadas. E com certeza o creme dental é uma delas. Sensação estranha, sim, porque não se concebe a finalidade de se roubar um creme dental e não uma escova, pelo menos.

Se roubassem a escova, imagino que o ladrão teria uma infinidade de coisas a fazer com ela, mesmo que usada: escovar sapatos, escovar o recanto de algum objeto pequeno, escovar um anel, escovar as teclas de um aparelho telefônico, enfim, abriria margem para ser utilizada em uma porção de coisas. Mas um creme não. Parece que ele só pode ser concebido com a finalidade única de limpar os dentes mesmo. Perdoem se o termo “ladrão” aqui estiver sendo um tanto agressivo. Contudo, que palavra posso empregar para quem se apodera do alheio? Se tiver que usar outra palavra, não sei... Sei apenas que quem rouba tem de ter o melhor sorriso, e o melhor sorriso de quem rouba é aquele em que todos os dentes se expõem, mesmo que faltem cremes dentais que possam acusar as mãos ágeis.

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