17 fevereiro 2009

 
1° Acho que vou explodir
2° Preciso me animar para o carnaval
3° Muitas pessoas sairão de casa pela última vez
4° e tudo isso me dá uma tremenda preguiça de buscar explicações...
5° e quanto mais se perceber estas coisas parece que silenciar é o melhor!
6° Ah, um hai-kai de Helena Kolody (1912-2004)



Deus dá a todos uma estrela.
Uns fazem da estrela um sol.
Outros nem conseguem vê-la.



12 fevereiro 2009

 


QUANDO O CARNAVAL CHEGAR

(Chico Buarque)

Quem me vê sempre parado, distante garante que eu não sei sambar Tô me guardando pra quando o carnaval chegar Eu tô só vendo, sabendo, sentindo, escutando e não posso falar Tô me guardando pra quando o carnaval chegar Eu vejo as pernas de louça da moça que passa e não posso pegar Tô me guardando pra quando o carnaval chegar Há quanto tempo desejo seu beijo molhado de maracujá Tô me guardando pra quando o carnaval chegar E quem me ofende, humilhando, pisando, pensando que eu vou aturar Tô me guardando pra quando o carnaval chegar E quem me vê apanhando da vida duvida que eu vá revidar Tô me guardando pra quando o carnaval chegar Eu vejo a barra do dia surgindo, pedindo pra gente cantar Tô me guardando pra quando o carnaval chegar Eu tenho tanta alegria, adiada, abafada, quem dera gritar


06 fevereiro 2009

 


Brasil: mostra a tua cara!


Encantado com o livro Raízes do Brasil, que li a poucos dias, do Sérgio Buarque de Holanda, publicado em 1936, transcrevo um trecho que desvenda bem o nosso sentimento de ignorância diante das heranças estrangeiras que por vezes sentimos pulsar em nossa alma de brasileiros rebeldes. Apreciem:

Somos ainda hoje uns desterrados em nossa terra. Podemos construir obras excelentes, enriquecer nossa humanidade de aspectos novos e imprevistos, elevar à perfeição o tipo de civilização que representamos: o certo é que todo o fruto de nosso trabalho ou de nossa preguiça parece participar de um sistema de evolução próprio de outro clima e de outra paisagem.


01 fevereiro 2009

 

Cuido para que eu não me transforme em um rio sem palavras. Uma placa que não aponta direção. Fosse um grão que descesse de um talo. Fosse uma formiga que esquece de carregar sua folha. Mas não. Eu de mim não sei uma gota. Pois se soubesse pelo menos isso, já era o suficiente para me afogar. Há um pouco de tempestade em cada palavra, há “uma gota de sangue em cada” forma que meus olhos identificam. Deixo o que não posso, ofereço o que me falta: palavras – como se fosse o mergulho que eu jamais ousei dar em mim mesmo.


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