15 dezembro 2008

 



Tezza e seu filho eterno.


Sendo apontado como o escritor brasileiro do ano, por ter ganho pelo menos 5 prêmios literários de grande valia, o barriga-verde Cristóvão Tezza vive um bom momento em sua carreira literária. Com uma obra rica e respeitada, Tezza, apesar de um incondicional apaixonado pela literatura, acredita que “no macromundo, a literatura é cada vez mais irrelevante. Não tem mais o poder de mudar nada hoje em dia e, tampouco, interferir ativamente no imaginário social de um tempo, como já conseguiu fazer em outros tempos.” É uma confissão séria, porém verdadeira. Por outro lado, não há quem não se enterneça com o enredo de O filho eterno, que trata do convívio afetivo com uma pessoa portadora da Sídrome de Down. Um livro de certa forma até biográfico, uma vez que seu próprio autor tem a experiência de ser pai de um portador desta doença. Assim o mesmo Cristóvão confessa: “Quando acabei de escrever O filho eterno e fui olhá-lo, fiquei apavorado: ‘mas o que foi que escrevi?’. É uma alta exposição. Mas por outro lado, eu pensava: ‘para quem não me conhece como escritor, o aspecto biográfico é totalmente irrelevante’. E tem a questão do gênero, do romance”. Acrescenta ainda: “É um livro que levei 26 anos para escrever e publicar. Então, é uma coisa muito racionalizada, muito pensada, de muito auto-envolvimento. Não sei que palavra colocaria no lugar. Acho que foi uma apreensão literária de longo prazo”. Por ora, ressalte-se que este romance de Tezza disputou a nada-mole final do Prêmio Portugal Telecom com nomes como Raimundo Carrero e Bernardo Carvalho, o que, veemente, aumenta ainda mais os méritos deste autor de mais de dez livros.



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