17 agosto 2007

 

LITERATURA NOS TEMPOS DE BANALIZAÇÃO


Qual(is) o(s) principal(is) desafio(s) da poesia nos dias atuais em nosso país? Pergunta que ronda toda e qualquer esfera artístico-intelectual da nossa fustigada sociedade. Em tempos de banalidade – sobretudo no que diz respeito à exploração “midiática” – é válida esta guerra que a literatura trava com as baboseiras que emergem dos nossos fomigerados veículos de comunicação de massa? Até que ponto, hoje, pode se dizer que a cultura resiste ao lixo áudio-visual que assola os espaços de formação ideológica do nosso povo? Essas são questões delicadas que também tremulam nos campos de debate da atual cena literária do Brasil. Com isso, percebe-se ainda, que a Crítica tem se voltado não só para a discussão dos valores do fato literário em si, mas tem se voltado da mesma forma, aos efeitos causados pela indigestão artística que a mídia brasileira enfrenta. Uma indigestão que talvez nos últimos anos tenha ensinado a literatura e a babaquice, naturalmente, viverem em um só estranhamento. Cão e gato. Deus e diabo.

Como se não bastasse isso, é notória, também nos últimos anos, a contribuição de uma boa fatia de nossa imprensa para o super-desenvolvimento da banalização da cultura do povo brasileiro. O presidente Lula criou o PAC (Plano de Aceleração do Crescimento). No entanto, o que se tem visto acelerar no Brasil é o aumento da bestificação da massa, que cada vez mais entrega ao cadafalso sua história, seus costumes, suas identidades, suas tradições; isso tudo a custa de orgasmos diante – por exemplo – dos reality-shows, que arrastam uma incontável quantidade de pessoas para frente da televisão com uma facilidade incrível. Façamos, pois, com que a poesia seja a melhor arma contra esse marasmo “cultural” de nosso país. Afoguemo-nos na poesia e encontremos nela nossa própria voz. Poesia também é resistência. Resistamos, então, até o último arfar poético.

Comments:
Olá. Em primeiro lugar, não posso furtar-me de parabenizar-te pelo texto. A total falta de sensibilidade do meio publicitário ao fato de que o povo, marginalizado por eles mesmos, em sua constante banalização da vida humana - com seus princípios e regras morais - , leva a humanidade ao caos. Caos de onde, perdidos, nunca encontrarão a saída. Porque ela está exatamente onde eles não querem olhar.
Não existe espaço para a cultura. Não existe mais espaço para a aprendizagem da nossa lingua mãe. Não existe mais espaço...
não mais...
Agradeço a tua visita. Tuas palavras foram poucas, mas profundas. Escreves bem. Mas não por tua formação. tens um dom invejável. E perspicácia.
Deus te abençoe.
Miriam
 
Post bem vindo, mas, infelizmente, esta é a realidade. A poesia hoje é para poucos. Ou para os raros. E vc é um deles. Concordo com a Miriam acima.
Resistamos, pois.
 
Poeta é classe de excluído, banalizado pelos incompetentes materialistas e insensíveis.
Poeta tem que continuar a falar em verso e prosa e assim induzir os menos favorecidos à beleza da palavra.
Belo grito, poetinha
beijoss
 
A estandarização da sociedade induz ao consumo do mais fácil, do mais evasivo. É sempre mais fácil ficar sentado em frente a uma televisão do que pegar num livro, lê-lo e, acima de tudo, percebê-lo. A saturação pela mediocridade levará, certamente, muitas pessoas a regressarem à pureza da poesia e da literatudra. Eu confio...

Cumprimentos e continuação de bons posts neste bom blogue.
 
Olá Wagner, vim agradecer a visita e o elogio.
Aproveitei para dar um passeio por aqui...mta coisa boa e interessante, vou voltar.
Bjos e uma linda semana!
 
Poesia hoje em dia, daquela que eu gosto de ler, na maioria, só dos que me deixaram, esta tudo ai apenas atirado!

Beijos
 
Obrigada por ter passado no meu blog e pelo comentário :)

Gostei do que li. Passarei cá com mais calma

beijinhos**
 
Eita.... muito bom!!!!
Resistamos sempre... contra à bestialização do mundo... Cuidado... a Invasão Bárbara se aproxima!!!!
 
nem tudo que reluz é poesia...... nem tudo que rima é poema........

beijos, querido

MM.
 
Poesia é resistência, sobrevivência e tantos outros ências fundamentais.
A gente não desiste tão cedo!
 
É tão bom estar aqui sempre.
Eu vejo que a poesia faz falta na vida das pessoas,tenho televisão e só ligo quando vou ver um bom filme.Cansei da indigestão televisiva.Ler é tão bom, senão um livro, um belo post como estes que vejo aqui.Abraços.
 
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