30 maio 2007
SOBRE AS COISAS QUE NÃO SE ACHAM
Acabo procurando o inachável. É isso mesmo que devo chamar quando desacho o que estava procurando? Ou será que a tentativa encontrar o que não se perdeu é uma forma de encontrar o que estar não dito? Penso que perco algumas coisas quando tento criar outras, porque no momento que procuro dar corpo ao que se desfaz, acabo fazendo o que não precisava de formas ou mesmo de uma solidez artificial que me levaria a abstrair o que é disforme. Quando evito certas palavras é porque bem sei que em algum momento o peso delas me achatará parte da alma pouca que me resta. É exatamente esse resto de alma que procuro; não como forma de essência, mas como forma de afirmar que algo me pesa quando tento chamar o que desacho - ao procurar o que não fora dito nas linhas vindouras. É como se o orgasmo estivesse sempre na linha impossível, no verso inalcançável, na poesia transversal de tudo que encerra o esfacelamento rítmico de cada sílaba. Todavia, busco no achamento a tentativa de selar o que desencontro na hora em que encontro o que não acho dito. São só algumas palavras que me fogem a alma, esbarram nas coisas criadas a partir do momento que eu desacho o que não se perdeu por ter se desfeito sem forma alguma, sem pretensão alguma do que pudesse vir na próxima linha, no próximo orgasmo que sempre tivesse o tom de algo inachável. Absolutamente inachável. Artificial. Disforme. Exatamente desfeito como qualquer cor de uma praça com um jardim ausente. Uma alma ausente. Pouca.
Acabo procurando o inachável. É isso mesmo que devo chamar quando desacho o que estava procurando? Ou será que a tentativa encontrar o que não se perdeu é uma forma de encontrar o que estar não dito? Penso que perco algumas coisas quando tento criar outras, porque no momento que procuro dar corpo ao que se desfaz, acabo fazendo o que não precisava de formas ou mesmo de uma solidez artificial que me levaria a abstrair o que é disforme. Quando evito certas palavras é porque bem sei que em algum momento o peso delas me achatará parte da alma pouca que me resta. É exatamente esse resto de alma que procuro; não como forma de essência, mas como forma de afirmar que algo me pesa quando tento chamar o que desacho - ao procurar o que não fora dito nas linhas vindouras. É como se o orgasmo estivesse sempre na linha impossível, no verso inalcançável, na poesia transversal de tudo que encerra o esfacelamento rítmico de cada sílaba. Todavia, busco no achamento a tentativa de selar o que desencontro na hora em que encontro o que não acho dito. São só algumas palavras que me fogem a alma, esbarram nas coisas criadas a partir do momento que eu desacho o que não se perdeu por ter se desfeito sem forma alguma, sem pretensão alguma do que pudesse vir na próxima linha, no próximo orgasmo que sempre tivesse o tom de algo inachável. Absolutamente inachável. Artificial. Disforme. Exatamente desfeito como qualquer cor de uma praça com um jardim ausente. Uma alma ausente. Pouca.
Comments:
<< Home
olá
obrigada pela visita
adorei a leveza com que trabalha com as palavras.
e o título do teu blog me faz lembrar de Fernando Pessoa. Tu gosta dele?
bom encontada estou com seu espaço
passarei ais vezes
e vc me visite mais.
“A morte plenifica a vida e a dá sentido de existência, para que assim façamos o que temos que fazer enquanto vivos estamos. Se a vida não houvesse um tempo de duração nós não viveríamos. Porque viver é algo dinâmico em constante movimento e mudança. É todo dia no passo a passo da auto-superação, fazendo um dia melhor que o outro.”
(Giovana Valiati)
Bjos da -=Þëqµëñä Þö놡zä=- !!!
obrigada pela visita
adorei a leveza com que trabalha com as palavras.
e o título do teu blog me faz lembrar de Fernando Pessoa. Tu gosta dele?
bom encontada estou com seu espaço
passarei ais vezes
e vc me visite mais.
“A morte plenifica a vida e a dá sentido de existência, para que assim façamos o que temos que fazer enquanto vivos estamos. Se a vida não houvesse um tempo de duração nós não viveríamos. Porque viver é algo dinâmico em constante movimento e mudança. É todo dia no passo a passo da auto-superação, fazendo um dia melhor que o outro.”
(Giovana Valiati)
Bjos da -=Þëqµëñä Þö놡zä=- !!!
... com um texto quase inalcançável... e bom, por isso!
....será que eu fui o único que entendi que não era pra entender?
... ou eu me perdi nas esquinas da contemporaneidade querendo ver o invisível?
hauhauhauhauhauhau
Abraço!
Ps: eu sou sempre tão clichê!!!
....será que eu fui o único que entendi que não era pra entender?
... ou eu me perdi nas esquinas da contemporaneidade querendo ver o invisível?
hauhauhauhauhauhau
Abraço!
Ps: eu sou sempre tão clichê!!!
Hummm muito interessante esse texto pensei que essa palavra fosse inachavel.
Abraços
Márcio Chrystian Bsb-DF
(QUASE TIVE UMA DIARREIA MENTAL PUTZ)
Postar um comentário
Abraços
Márcio Chrystian Bsb-DF
(QUASE TIVE UMA DIARREIA MENTAL PUTZ)
<< Home