04 março 2007

 

A – K – D: QUE – MICOS!!! (Ou Ah, cadê, químicos)


Foi quase de enfartar. Ou coisa pior. Convidado a participar da solenidade de abertura das atividades de 2007 da ALG (Academia de Letras de Garanhuns) fui bombardeado por uma porção de baboseiras proferidas pelo, sempre presente em nossa city, Presidente da Academia Pernambucana de Letras, Waldênio Porto - um doctorzinho com ar literato. Um indivíduo obsoleto, fiel a sua ignorância. Das muitas asneiras que ele falou em seu pronunciamento, creio que principalmente duas me tiraram do sério. A primeira foi mostrar sua negação frente às transformações da língua; disse que “deveríamos resistir a ferro e fogo contra, por exemplo, os estrangeirismos imersos em nossa língua”. E a segunda foi dizer que devemos “tratar a Academia como um templo, nos dobrar a ela como se estivéssemos diante de um deus”. A educação que mí encerra permitiu que eu não levantasse do mio assento e interrompesse sua fala indolente, choca. Aqui tratarei apenas da primeira asneira, simplesmente por considerar irrisória por natureza a segunda, ela por si arruína a alma pedante de quem a proferiu. Vejamos em que fundamento my indignação frente às balelas do sr. Waldênio:


TRATANDO DE LA 1ª BLUNDER

Ora, em seu book A língua de Eulália, o lingüista Marcos Bagno not precisou de muitos argumentos para nos convencer de que “toda língua está sempre se modificando de forma ininterrupta e imperceptível para seus falantes, mas sempre se modificando”; no entanto, basta apenas que façamos una breve reflexión acerca da história da língua portuguesa para que percebamos o quanto há de metamórfico em nosso “português”. Outrossim, é incrível como mesmo depois de tantos estudos lingüísticos hoje, certos acadêmicos (ditos “conhecedores do idioma”) ainda não tenham atinado para la realidad que é esse “balaio de variedades” em nossa língua. Porém, é um “balaio” que também está sujeito às transformações causadas pelo vulto da globalização; pois, nossa língua se tornou um instrumento que também não conseguiu escapar a influência de uma hibridez ideológica que perpassa pelas diversas culturas dos diversos paises.

Recentemente, foi aprovado um projeto de lei do deputado Aldo Rabelo, em que pretende proteger a língua portuguesa do uso de estrangeirismos, e se prevê até multas para quem usar termos estrangeiros em qualquer evento público. Acredite! ''Não existe razão lingüística que justifique o projeto, que é inviável do ponto de vista da formação do léxico e politicamente equivocado'', afirma o teacher José Luiz Fiorin, da USP. O surpreendente é que o próprio Presidente da ABL (Academia Brasileira de Letras) não acredita na viabilidade do projeto: “uma lei não seria suficiente para conter o uso de determinadas palavras ou expressões, trata-se de uma questão de bom senso não abusar de estrangeirismos”. Pois bem, não encaro essa atitude do deputado de outra forma senão preconceituosa diante da realidade lingüística de nosso país e de seus falantes. Com efeito, creio que essa atitude do Aldo Rabelo merece amplo espace de discussão. Enquanto isso, infelizmente, deve-se tolerar as goods ilogias (e não ideologias, prestem bem atención!) de alguns de nossos vovôs acadêmicos que - por falta de atividade em seu tiempo de ócio - vêm a empinar suas ventas ao pregarem padrões. Contudo, não abomino las Academias, mas sim a ignorância y imbecilidade dentro delas. Enfim, deixemos eles e seus fardões e seus chazinhos, fiquemos com nossas roupas rotas e nossos drinks, acompanhando las mutaciones da língua, a iron and fire.

Comments:
kkkkkkkkk
 
Oi Wagner!
Só agora vim retribuir uma visita que você fez lá no Solta no Mundo. Olha, estou encantada com seu cantinho! Nem vou comentar sobre nenhum post, porque seria injusto com todos os outros que eu também li. Vou te linkar, ok? Bjs
 
A lingua teima em lamber os lábios, provocando-os a expressar o que a alma carrega nos pensamentos.
Quando os lábios travam, os dedos tremelicam e fazem esta função.
Castrar algumas formas de expressão tentando discipliná-la seria perder, as vezes, seu melhor sentido.
Tu és ótimo Wagner.
Abraço
 
olá!
obrigado pela visita!
vamos recorrer a bagno no seu celebre "preconceito linguistico"
ele reconhece que o preconceito lingüístico está aí, firme e forte, e que mudanças só acontecerão quando houver uma transformação radical do tipo de sociedade em que estamos inseridos.
bjos e ate a proxima
 
Que beleza hein? hehehe
Beijos!
 
Marcos Bagno é o bicho! Preconceito Línguístico: o que é, como se faz (e para que serve?)
 
Olá!

Vim retribuir a visita! Gostei bastante do seu blog, tb! Vamos nos visitando!

Abs
 
Duas absolutas ignorancias, concordo com vc!

Beijos
 
... realmente, certas coisas parece que nem dá vontade de discutir... a gente fica sentadinho e começa a pensar!!! Será que esse cara que falou essas bobagens usa uma cueca apertada? Só com uma cueca apertada pra falar tanta bobagem!
 
Wagner, querido, acho importante que as Academias existam e que cumpram com suas funções [uma delas se preocupar em preservar ao máximo que puder a nossa língua, não?!].

Não sei quanto a você, mas eu odeeeeeeeeeeeeeio [e fico triste] quando vejo adolescentes escrevendo "tah axim pq hj? kd akele kara malukão q curto pra kct?"

A Lei do Aldo é um exagero!

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No mais, conheço muitos acadêmicos aqui no Rio que são ótimos - vovôs com quem procuro aprender e respeitar, umas vez que tem muuuuuuuuuito mais babagem que eu que não passo de uma fedelha perto deles, rs* :O)

beijos e boa semana, querido

MM
 
Rsrsrs.. coisas que acontecem.
De qualquer forma... Desejo Boa Sorte na batalha contra o desconhecimento alheio e oportuno...

Abrçs.
 
Muito interessante o celeuma aquí plantado. Somente por saudosismo gosto do português falado pelos meus avós e o mantenho por gosto. Entendo sua indignação e partilho dela. Algumas palavras e frases perdem força se traduzidas. C'est la vie.
 
Pronto. Depois de ler isso não tem outra coisa a dizer, virei tua fan!
Muito boa a maneira que você expôs sua opinião.

E thanks pela visita e pelo que você disse.
Já adicionei o 'Linhas do Desassossego' entre meus favoritos!

Bom ter um blogueiro conterrâneo!

Kisses!
;)
 
Acho que a língua deve se modificar sempre. Até gosto de estrangeirismos na língua. Uso sempre que posso. Agora escrever errado com refere o comentário de Mõnica Montone é de uma imbecilidade sem limites.
Liliane de Paula
 
muito bom,
eu estou com tanto sono...
e ainda olhos para ler-te.
 
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