03 fevereiro 2007

 

FEBRIL


Febre. Suor descendo pelo pescoço. A náusea ainda não havia lhe tomado por completo. Levantou-se da cama tateando a parede. Procurando o interruptor. Esfregava a mão no reboco cru. Arranhava a palma da mão. Aspereza de cimento velho. Tentava chegar à cozinha, enfiar água na goela. Esfriar o corpo, ou aquecer; não sabia. Empurrara a porta, pesada. Ia se arrastando, levantando uma leve poeira no corredor da casa. Não era bem madrugada, mas o pardejar da noite já encostava. Estava com dor nos ossos. Parecendo velho. Trazia as mãos no espinhaço, torto. Olhos remelados, boca murcha, barba crescida. Quase nada enxergava, não tinha achado o interruptor do quarto. Ia vagaroso pela estreiteza do corredor escuro.

Puff...a canela no tamborete que se achava rente à mesa da cozinha. Grito preso. Respiração de burro. Força de formiga. Em que lado estaria a jarra d’água? Nem lembrava. Três passos mais adiante: Paft! a cara lascada no armário. “Puta que pariu”, fugiu suave por entre os dentes. Desejava uma caneca de água. Sede braba. Homem com sede fica mais bruto. Os olhos conseguiram captar o interruptor da cozinha. O dedo indicador da mão esquerda o cutucava. Luz na cara. Primeiramente, escolhera o copo menos sujo que se achava na pia. Depois, mancando de uma perna se dirigira à jarra de barro encimada de tijolos semi-rachados ao chão.

Descia então o copo no orifício da jarra, à busca de água. Não se ouviu o “ti buuumm!” Nada de água. Jarra oca. (O suor já havia provocado um leve odor nos sovacos. Cebola mal-conservada.) Crescia a necessidade de água, ainda que não fosse pra tapear a sede, que fosse ao menos pra lavar o rosto. A opção seguinte seria a torneira, que, depois de aberta, não titubeou em soprar um ar seco. Nada de água. Nem na geladeira nem tampouco no tanque se encontrava um pingo. Decidira voltar ao leito, puxando-se. Apulso. Com o corpo ardendo. Mais uma vez esfregando a mão na aspereza da parede. A mão já quase na carne-viva tateava o percurso de volta à cama; com a garganta seca e a língua enxuta. Costas molhadas, cabeça dolorida. Deitava-se novamente no leito, descansando as pernas bambas, o corpo semi-vivo.

Comments:
caramba! seja quem for espero que tenha conseguido água e melhorado! beijos menino
 
EU TB ESPERO Q ESSE CARA TENHA CONSEGUIDO ÁGUA. ESSA DA MÕA NA CARNE VIVA EU ACHEI UM EXAGERO, FUGIU DA LOGICA. DO QUARTO PRA COZINH E DA COZINHA PRO QUARTA A MÃO NA PAREDE FICOU NA CARNE VIVA KKKKKKK. O PRIMEIRO PARAGRAFO FICOU BOM E DEVERIA TER TERMINADO NELE OU DEVERIA TER MELHORADO MAIS O R4ESTO. O RESTO FICOU MEIO FORÇADO.
VALEUUUUUUUUU
 
obrigado pela visita e incentivo...contiua a tua rota pelas letras...faça frio ou calor.
abraço, z.
 
tadinhooo!!!!
vou lá na cozinha tomar uma agua, já volto
 
ainda bem que vc pensa assim hauehaiue posso te ofender a vontade qdo tiver na tpm intao hauiehiaueha

bjo
 
Postar um comentário



<< Home

This page is powered by Blogger. Isn't yours?