15 janeiro 2007

 

ESCONDERIJO E DISFARCE NO ENTRE AMOR E AMIZADE


Quando criança eu concebia o amor como um jogo de ximbra, bola de gude. Sabia apenas que era como se fosse uma espécie de alvo que se tinha que acertar para não ficar sofrendo. Não conseguia entender bem essas coisas, tinha escutado algumas pessoas dizerem que isso era coisa de gente grande. Mas havia algo de bom que não me explicavam: quando ficávamos nus frente a frente, eu e minha vizinha daqueles tempos: “Bota a mão no meu, que eu boto a mão na tua”. Inebriávamos. Algum tempo a mais se passou, cheguei à puberdade, e descobri que se ficar excitado era bom, gozar era melhor ainda. Alertaram-me que a coisa não deveria ser bem assim. Os sentimentos existiam para equilibrar as coisas. O equilíbrio deveria acontecer também entre as pessoas. Foi então quando, seriamente, me falaram sobre o amor. Disseram-me que ele - normalmente - nascia entre um homem e uma mulher. O amor era uma forma de respeitar e equilibrar a relação.

Mesmo com essas informações vagas sobre o que viria a ser o amor, em nada isso me fez controlar meus instintos. Tinha pra mim que não havia nada de complicado num convívio com uma mulher. Falaram-me em amizade. “Um homem também pode aprender a cultivar a amizade com uma mulher”, ouvi isso desgostosamente. Sim, me vi travado. Depois do desejo de está ligado a uma mulher, qual seria a zona fronteiriça entre o amor e a amizade de uma mulher? Desabei. Encurralei-me. Passei a amar as mulheres sem nenhum cuidado. Procurava um esconderijo na amizade para disfarçar um provável amor. Um amor que nascia por um mero descuido delas, ao passar ou com uma saia curta ou um decote ao mostrar parte de seus seios.

Eu sabia quando era amor ou amizade. Subia-me um fogo, suava, a respiração pesava, as pernas tremiam, o desejo me fazia imaginar aquela pessoa às mil formas. Sabia quando era amor ou amizade, mas não sabia necessariamente separá-los. Contudo, eu dizia ser amor; achava que pelo fato da palavra ter menos letras pesaria menos. Decidi amar apenas. A única coisa que aprendi foi que a amizade poderia me levar ao amor; mas, já o amor nunca à amizade. Este último caso se transformava, então, num caminho sem volta. Era como se o amor, ao seu término, dissipasse qualquer estratégia de reação à amizade. Amei sem leis, sem regras. Apenas para sentir o tempo e as pessoas passarem. Amei para dar um fim às amizades que nasciam.

Comments:
Húmus na Hortttttta
kkkkkkkkkkkkkkkkk
 
"A única coisa que aprendi foi que a amizade poderia me levar ao amor; mas, já o amor nunca à amizade."

tá vendo q tu sabe porra, muito bem, agora tu fica feito adolescente fresco, é q eu n li o livro, mas eu vou fallar assim mesmo.

gostei dessa, muito boa.
tais tomando húmos é? kkkkkkkk
falow guinho
 
tu comia essa mulher da foto se ela fosse do Marial?
 
Postar um comentário



<< Home

This page is powered by Blogger. Isn't yours?