13 setembro 2006

 
SEM RETICÊNCIAS NEM PONTO FINAL

A vida, é preciso reescrevê-la...
mas sem a hamonia da música de Bach,
sem as profecias que a bíblia lacrimeja,
sem a paixão dos que se suicidam em seu próprio aniversário...
Reescrevê-la simples, sem luzes nem velas:
como se fosse o primeiro cio
de uma cadela sarnenta.

Não reescrever os fatos, mas os acasos,
o repentino, o improvável, o suspenso,
o gélido, o nocivo:
E quem sabe daí desperte o silêncio
tumular que engasga o grito
dos que escrevem um epitáfio ou
mesmo dos que escrevem uma carta de amor a uma puta.

Mas longe de conservar na reescrita
a morte como fim da vida,
fazer da própria morte o fim merecido,
onde no final a princesa não mestrue,
abra as pernas ao vilão, que irá lhe disparar
cinco tiros na cabeça, e ainda irá ao
seu enterro: reescrever o que a vida cala
sem reticências nem ponto final ( )

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